Olhos Secos

Olho Seco


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A lágrima, também chamada filme lacrimal, faz parte da defesa natural do organismo, hidratando e levando nutrientes essenciais para a saúde da superfície ocular, eliminando impurezas, preenchendo as pequenas irregularidades desta superfície e nivelando-a para facilitar a refração dos raios de luz para a formação das imagens no interior do olho. Tem também a importante função de lubrificação, evitando o atrito das pálpebras durante o ato de piscar.
A produção lacrimal é contínua - secreção basal, que mantém constante a umidificação do olho. A secreção reflexa, aumenta a produção lacrimal e é desencadeada por irritações químicas, físicas e também por estímulos psicológicos e emocionais.

O que é secreção basal e reflexa?

secreção basal é a produção constante de lágrima, cujo volume produzido normalmente durante o dia, é de 0,5 a 1 ml, suficiente para manter o olho úmido e lubrificado. O volume produzido é menor à noite. A secreção reflex é a produção de grande volume de lágrima e ocorre em resposta à estimulaçãp da córnea e/ou conjuntiva. A secreção reflexa ocorre em ambos os olhos, mesmo que apenas um tenha sido estimulado.

Como a lágrima é eliminada?

Após umidificar e lubrificar a superfície ocular, 50% da lágrima se perde através da evaporação. Uma parte da secreção basal é absorvida na conjuntiva e mucosa que reveste todo o interior das vias lacrimais. Somente o volume excedente de lágrimas atinge a cavidade nasal, passando através dos pontos lacrimais (70% pelo ponto superior e 30% pelo ponto inferior), pelos canalículos, saco lacrimal e ducto nasolacrimal. Existe um mecanismo de bombeamento que é responsável pela excreção do filme lacrimal, envolvendo as pálpebras através do piscar.

Por que piscamos?

O ato de piscar, que ocorre numa frequência definida, tem a função de distribuir a lágrima pela superfície ocular e também facilitar o bombeamento das lágrimas pelas vias de drenagem, que escoam para a cavidade nasal.

Quais as funções da lágrima?

As principais funções do filme lacrimal são:
  • Refrativa: criar uma superfície óptica uniforme, regularizando a superfície corneana;
  • Lubrificante: umidificar a córnea e conjuntiva, proporcionando conforto ao piscar;
  • Antimicrobiana: remover germes através da constante irrigação e pela ação das lisozimas, globulinas e lactoferrinas;
  • Nutritiva: trazer nutrientes e oxigênio para as células da córnea e conjuntiva, removendo detritos e gás carbônico; e
  • Defensiva: dificultar a aderência de corpos estranhos e microorganismos à superfície ocular, trazendo leucócitos à córnea em casos de infecção.

Quais as queixas ou sintomas do portador de olho seco?

O olho seco pode apresentar uma gama de sintomas que podem variar desde a ausência de sintomas até, em quadros graves, de grande sintomatologia. Os sintomas associados ao olho seco são bastante inespecíficos. As queixas ou sintomas incluem: “queimação” ocular ou sensação de ardência, olho vermelho, prurido, secreção, sensação de corpo estranho ou “areia”, dor, “sensação de olho seco”, fotofobia, infecções de repetição, peso palpebral e fadiga ocular. Os sintomas caracteristicamente apresentam uma flutuação diurna e se agravam em certos ambientes e com certas atividades (uso de computadores, ar condicionado, fumo, clima quente e seco, etc.).

O que pode ocasionar a síndrome do olho seco?

Existem alguns fatores que podem influir nos sintomas do olho seco:
  • Idade: o envelhecimento produz uma atrofia das glândulas lacrimais acarretando um fluxo menor de lágrima. A flacidez palpebral senil também é um fator de desentalibilização do filme lacrimal. Estes pacientes costumam ser mais sensíveis a alterações externas que podem provocar sintomas de olho seco.
  • Sexo: alterações do equilíbrio de estrógenos/andrógenos podem predispor ao aparecimento de olho seco, como o que acontece durante a gravidez, menopausa e uso de contraceptivos hormonais.
  • Trabalho: a frequência do piscar pode diminuir de acordo com a atividade do indivíduo. Por exemplo, ela é menor durante a leitura, quando se trabalha diante da tela de um computador e outras atividades que requerem atenção (filmes,games, etc).
  • Meio ambiente: os ambientes secos, poluídos, o frio, a calefação, o ar acondicionado e as cabines pressurizadas contribuem para desestabilizar o filme lacrimal.
  • Medicamentos: vários medicamentos sistêmicos produzem uma diminuição das secreções exócrinas, exacerbando os sintomas do olho seco. Topicamente, a toxicidade de alguns conservantes utilizados em colírios destrói a parte gordurosa da lágrima, favorecendo sua evaporação.
  • Irregularidades da superfície ocular: qualquer elevação ou depressão na superfície ocular pode causar uma quebra na distribuição uniforme do filme lacrimal, levando aos sintomas de olho seco.

O que fazer?

O paciente deverá procurar um médico oftalmologista, que confirmará o diagnóstico e verificará qual a causa ou fator que está sendo responsável pelo olho seco, instituindo então, o tratamento apropriado.

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